Fonte: Vídeo "Trecho do filme Oceano Atlantis, de Francisco de paula"
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Dirigido por Francisco de Paula (que também trabalhou em Areias Escaldantes, Quilombo e Rio Babilônia), Oceano Atlantis trata-se de uma Sci-Fi que, assim como diversos outros filmes nacionais, nunca teve o reconhecimento merecido. Apesar da dificuldade em sua produção (devido à crise no cinema que ocorreu durante o governo Collor), o filme é extremamente expressivo, repleto de simbolismos e peculiaridades.
A história se passa em um Rio de Janeiro futurístico, no qual o personagem principal, Dionísio (interpretado por Nuno Leal Maia), é um marinheiro que foi confinado num hospício após ser acusado injustamente de esconder documentos fiéis. Após conseguir escapar, Dionísio sai em busca de um tesouro localizado no fundo do mar, porém recebe uma morte meticulosamente tramada e acorda diante de uma terra totalmente desconhecida, chamada Atlântida.
A fotografia do filme é extremamente bem feita, despertando diversas sensações no expectador e o presenteando com diversos registros do Rio de Janeiro dos anos 90. Podemos destacar as cenas feitas na Rocinha, em Botafogo (na Prefeitura), no fundo do mar e no cenário montado de Atlântida (algo bem fora do convencional).
Outro ponto forte é a riqueza de detalhes que exaltam a naturalidade de ser brasileiro. Vale mencionar a narração futebolística na televisão do hospício, a camisa da seleção brasileira que é estendida no varal e a pulseira com diversas bandeiras do Brasil. Além disso, temos uma riqueza linguística nos personagens de Atlântida, que falam idiomas distintos. As referências à mitologia grega também estão presente na obra, como o nome do personagem principal, que remete ao único olimpiano filho de um mortal. Também não poderíamos deixar de mencionar as críticas ao Brasil da época em que o filme foi feito, trazendo uma pequena porção de pessimismo para o futuro que estava por vir.
Este autor teve a oportunidade de assistir este filme na mostra Brasil Distópico, que ocorreu na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, precedendo um debate que contou com a presença do diretor do filme (algo bastante enriquecedor). Porém, infelizmente a mostra já se encerrou. De qualquer forma, há trechos do filme disponibilizados em um canal que aparentemente parece ser do próprio diretor. Então, vale dar uma conferida.
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